Lesões Orais como o Primeiro Sinal Clínico de Paracoccidioidomicose Multifocal: Relato de Caso
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Resumo
Relatar um caso multifocal de paracoccidioidomicose (PCM) com envolvimento oral, pulmonar e adrenal, destacando os desafios diagnósticos e o papel dos profissionais de Odontologia na detecção precoce. Um homem brasileiro de 50 anos, tabagista e etilista, apresentou úlceras orais, perda de peso e sintomas respiratórios. As análises clínicas, histopatológicas e de imagem confirmaram PCM por Paracoccidioides brasiliensis, com disseminação pulmonar e adrenal. O tratamento incluiu anfotericina B lipossomal, reposição com hidrocortisona e terapia fotodinâmica (TFD) para as lesões orais, seguida de manutenção com sulfametoxazol–trimetoprima. A terapia combinada levou à resolução das lesões orais e cutâneas, melhora respiratória e estabilização adrenal. Após 10 meses, o paciente apresentou ganho de peso e ausência de recorrência. Apesar da alta prevalência de PCM no Brasil, o diagnóstico tardio ainda é comum devido à não obrigatoriedade de notificação e à limitada conscientização entre profissionais de saúde. As manifestações orais precederam os sintomas sistêmicos, enfatizando o papel do cirurgião-dentista no diagnóstico precoce. A PCM é uma micose sistêmica subdiagnosticada, com potencial desfecho grave. O reconhecimento de lesões orais como indicadores iniciais possibilita intervenção oportuna e previne complicações sistêmicas. Ampliar a conscientização entre profissionais da saúde bucal e médica, juntamente com a melhoria da vigilância epidemiológica, é essencial para otimizar o prognóstico e reduzir a morbidade.
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