O papel da azacitidina, da carboplatina e do paclitaxel no potencial tratamento dos tumores de células germinativas resistentes a cisplatina
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Abstract
Introdução: Os tumores de células germinativas (TCGs) são neoplasias benignas ou malignas derivadas de células germinativas primordiais que ocorrem em sítios gonadais e extragonadais. O tratamento padrão é a ressecção cirúrgica e quimioterapia à base de cisplatina. Entretanto, um número significativo de pacientes recidiva por adquirir resistência a esse composto, por meio de mecanismos multifatoriais ainda incertos. Objetivo: analisar o efeito in vitro das drogas azacitidina, carboplatina e paclitaxel em TCGs resistentes à cisplatina. Metodologia: Células resistentes à cisplatina (NTERA-2R) foram tratadas com doses incrementais de cisplatina por aproximadamente 10 meses até o fenótipo de resistência. As células NTERA-2R foram caracterizadas quanto à formação de colônias e migração celular. Em seguida, as células parentais (NTERA-2P) e resistentes foram tratadas com azacitidina, carboplatina e paclitaxel e a viabilidade celular foi avaliada. Resultados: Após o tratamento com cisplatina, as células NTERA-2R tiveram um IC50 sete vezes maior do que as NTERA-2P. Em condições basais, houve aumento na formação de colônias e migração celular para NTERA-2R. Após 72 horas de tratamento com Carboplatina, valores de IC50= 29,02±1,58 μM (média ± desvio padrão) foram obtidos para NTERA-2R e 2,09±0,55 μM para NTERA-2P, sugerindo menor potência nas NTERA-2R devido a resistência cruzada com a cisplatina, pois compartilham o mesmo mecanismo de ação. O tratamento com Azacitidina em ambas as linhagens NTERA-2 mostrou-se eficaz, com IC50= 5,54±3,03 nM em NTERA-2P e 6,5±0,06 nM em NTERA-2R, provavelmente devido ao mecanismo de ação farmacológico diferenciado. Foi observado no tratamento com Paclitaxel (NTERA-2P: IC50= 20,24±4,99 nM e NTERA-2R: IC50= 20,58±2,48 nM). Tanto a NTERA-2P quanto a NTERA-2R responderam de forma semelhante após o tratamento com azacitidina e paclitaxel, sugerindo que ambos podem ser uma opção para cepas resistentes à cisplatina. Conclusão: Portanto, mais estudos são necessários para elucidar o efeito de diferentes quimioterapias na resistência à cisplatina em TCGs.
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