Avaliação da frequência da mutação G12C do gene KRAS em tumores de pulmão de não pequenas células e associação com parâmetros clínicos e desfecho dos pacientes
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Abstract
Introdução: O gene KRAS encontra-se mutado em aproximadamente 24% dos casos de câncer de pulmão de células não pequenas (NSCLC). Recentemente, novas drogas alvo, Sotorasib/Adagrasib, foi aprovada para pacientes carreadores da mutação p.(Gly12Cys) em KRAS. A relação deste oncogene com características clinicopatológicas e sociodemográficas é conhecida; no entanto, para populações miscigenadas como a Brasileira os dados são escassos. Objetivo: Associar dados clinicopatológicos, moleculares e sociodemográficos de pacientes diagnosticados com NSCLC, portadores da mutação KRAS p.(Gly12Cys). Metodologia: Avaliou-se 833 pacientes diagnosticados com NSCLC do Hospital de Amor de Barretos. A identificação de mutações no gene KRAS foi através do painel de next-generation sequecing TruSight Tumor 15, realizado no Departamento de Diagnóstico Molecular. Os dados sociodemográficos, clínicos e histopatológicos foram coletados via prontuários dos pacientes. Resultados: Dos 833 pacientes incluídos, maioria eram homens (54,4%), com mediana de idade ao diagnóstico de 64 anos, fumantes (35,1%), estádio IV (59,7%) e com metástase em múltiplos órgãos (31,0%). A mutação no gene KRAS estava presente em (25,3%) 211 pacientes, 22,7% no códon 12, sendo a mutação p.(Gly12Cys) a mais prevalente (11,2%). Os pacientes foram divididos em dois grupos: com mutação p.(Gly12Cys) e mutação não p.(Gly12Cys). Observou-se diferença significativa na análise do tabagismo entre os dois grupos (p=0,007). Em relação a sobrevida global, foram independentemente associados à pior prognóstico o gênero masculino (p=0,040), o grupo histológico outros(p=0,002), perda de peso maior que 10% (p=0,0001), Performance Status 3 ou 4 (p=0,000), tabagismo (p=0,001), estadiamento avançado (p=0,000) e metástase no sistema nervoso central (p=0,000). Conclusão: A mutação p.(Gly12Cys) foi a mais frequente no gene KRAS, e cerca de 11% dos pacientes poderiam se beneficiar do uso de terapias anti KRAS.
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