IMPACTOS DA COVID-19 NO DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DE CÂNCER NO BRASIL: UMA REVISÃO DE LITERATURA
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Abstract
Introdução. O câncer é uma das causas mais comuns de morte no Brasil, podendo atingir diferentes partes do organismo humano e sendo caracterizado pelo crescimento anormal do número de células. Sua gravidade está diretamente relacionada à sua capacidade de invadir e destruir tecidos próximos ou afastados da lesão inicial, como ocorre nas metástases. No panorama inicial da pandemia da COVID-19, uma vez que foram empregadas medidas de distanciamento social, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) liberou recomendações voltadas para o adiamento de exames de rastreio e, em alguns casos, interrupção ou adiamento no tratamento. Objetivos. Avaliar a possível relação existente entre os impactos provocados pela pandemia da COVID-19 e o diagnóstico tardio de diferentes tipos de câncer, bem como com o aumento na incidência observada de casos graves de neoplasias malignas, indicando para a piora no prognóstico da doença em um contexto de Brasil. Metodologia. Foi realizada uma revisão do tipo integrativa com abordagem qualitativa, através da coleta de dados da base Scielo. Os descritores utilizados foram “câncer”; “COVID-19”; “diagnóstico”; “pandemia”, obtidos pelo Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), combinados com o operador booleano “and”. Por fim, foram obtidos 6 artigos nos idiomas inglês e português, no período de 2021 a 2022 no Brasil, abrangendo tais termos, sendo escolhidos 4 trabalhos para a revisão. Revisão de Literatura. Os primeiros meses da pandemia apresentaram um maior impacto no diagnóstico e tratamento do câncer, no entanto, estratégias como triagem dos pacientes e anamneses dirigidas, permitiram a identificação de riscos e a manutenção de procedimentos cirúrgicos em pacientes oncológicos mesmo durante a pandemia. Nesse sentido, durante o período de seis meses no ano de 2020 foram realizados estudos amostrais envolvendo o diagnóstico de neoplasias oculares e foi obtido uma redução no diagnóstico desse tipo de neoplasia na divisão de oncologia ocular da Universidade Federal de São Paulo, indicando para uma tendência de surgimento de casos mais avançados no futuro, tendo em vista o atraso no diagnóstico. Ademais, em se tratando do aspecto de tratamento do neoplasias no Brasil, o que mais sofreu negativamente foram aqueles voltados para o câncer do colo do útero, motivado pela sobrecarga de serviços ambulatoriais relacionados à COVID-19; escolha das pacientes adiar o tratamento visando melhoria nos dados de contaminação da doença respiratória; queda na realização de exames de rastreamento para diagnóstico das lesões iniciais, condição essa que gera um tratamento tardio do câncer. Conclusão. Portanto, os diferentes artigos encontrados abordaram o viés do isolamento social durante o período da pandemia como um elemento que afetou negativamente a realização de exames diagnósticos e, por conseguinte, o tratamento precoce de câncer e, por isso, dificultam um bom prognóstico para os pacientes. Assim, apesar dos estudos já realizados, ainda há uma escassez de conhecimentos relativos a esses dados, sendo preciso a elaboração de mais pesquisas para fornecer mais bases e permitir, assim, a correlação entre a pandemia, o diagnóstico tardio e a piora no prognóstico das neoplasias no Brasil.
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References
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